Artigo
do Acadêmico Professor Teodoro sobre o Dia da Literatura Cearense
O Dia da Literatura Cearense foi comemorado no último dia
17 de novembro, pela Assembleia Legislativa, com uma sessão solene. A data foi
escolhida em homenagem memorial à romancista Rachel de Queiroz, personalidade
superior nas letras brasileiras. Mercê de seus méritos literários, alcançou
assentar-se entre os imortais da literatura pátria congregados na Academia,
sendo a primeira mulher a conquistar um lugar neste panteão. Não há um conceito
unânime sobre o que é literatura e quais as funções que esta expressão
maravilhosa do homem desempenha na trajetória da humanidade. Em cada época, são
atribuídas à literatura natureza e funções distintas, condizentes com a
realidade cultural e, portanto, social, da época.
Desde Platão e Aristóteles, pioneiros em estudos
sistematizados sobre a arte literária, passando pelos enciclopedistas até os
modernos e pós-modernos, a literatura tem sido objeto de análises e
questionamentos os mais diversificados, entendendo uns que a literatura é tão
somente a expressão do belo e do maravilhoso. Para outros, a literatura é a
utilização da linguagem não submetida ao poder, devendo tal circunstância ao
fato de que a linguagem literária não necessita de regras de estruturação para
se fazer compreender.
Segundo o entendimento do eminente sociólogo e crítico
literário Antônio Cândido, “A arte e, portanto, a literatura, é uma
transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da
linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os
sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou
social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração,
e implicando uma atitude de gratuidade”.
Vê-se, pois, o quanto são variados e circunstanciais os
olhares dos críticos da literatura a respeito desta arte sobre a qual se
debruçam e tentam deslindar. Seria fastidioso insistir em citá-los. Quanto à
literatura cearense, diríamos que não se escreve a história da literatura
brasileira sem que o Ceará não esteja presente em glorioso pedestal. O romance
brasileiro é originalmente uma criatura nascida da fertilidade mental de José
de Alencar, pioneiro neste mister genuinamente autóctone com a magistral
personagem Iracema, cuja fama alteia-se para além das personagens indianistas
romanticamente idealizadas pelo novelista popular norte-americano Fenimore
Cooper. Iracema é personagem tão forte que saiu das páginas do romance de para
imortalizar-se no imaginário do povo, consagrando nosso Ceará como “Terra de
Iracema”.
No Dia da Literatura Cearense, a Assembleia realizou uma
sessão solene par homenagear escritores cearenses. Em maior ou menor dimensão,
são herdeiros de Alencar, de Adolfo Caminha, de Quintino Cunha, de José Albano,
de Patativa do Assaré e tantos outros nomes que se ombreiam aos grandes da
literatura nacional, quer na prosa ou no verso, quer na seara do erudito ou do
popular. São esgrimistas da palavra escrita, essenciais para o progresso
intelectual do Ceará. Seria impossível falar sobre todos a quem abraço nas personalidades
que indicamos para alvo dessas homenagens.
Do Blog do Edilson
Nenhum comentário:
Postar um comentário